A excitação fez-me saltar da cama muito cedo. Enquanto lavava os dentes abri a janela para deixar entrar o ar fresco da manhã. Na janela do outro lado apareceu a nova vizinha. Sorriu e acenou. Ainda com a escova na mão retribuí o cumprimento. Ela pousou ambas as mãos no peitoril da janela, e com um gesto atirou o longo cabelo louro para trás. Que visão! Ela continuou… Mordiscava o lábio, piscava e revirava os olhos e dava risadinhas… Com a boca a espumar reparei que ela não estava vestida no preciso momento que umas mão surgiram e apalparam as mamas de forma vigorosa. Fechei rapidamente a janela embaraçado e de seguida preparei-me para sair.
Na rua, nem sequer me atrevi a olhar na direcção do apartamento da frente. Apressei-me a saltar para dentro do carro e apertar as mãos com firmeza no volante. O carro é um Golf clássico conversível, um presente do meu pai quando fiz dezoito anos. Aproveitei o Domingo para ir lá a casa de visita e tirá-lo da garagem.
Respirei fundo e sorri ao imaginar a gozar a doçura dos dias de Verão com os amigos. Virei a chave na ignição e apelei aos Santos para que este não me deixasse ficar mal. Pegou à primeira. Desci a rua suavemente. Na minha mente desenhou-se o peito perfeito da vizinha e na cara um sorriso idiota. Sentei-me na esplanada de um bar e liguei aos meus amigos para me acompanharem no café da manhã. Nada! Primeiro dia de férias. Desligaram os telemóveis e deixaram-se dormir até tarde. Tomei o pequeno-almoço sozinho, sentia o frio nas pernas e nos braços e acima de tudo oprimia-me toda aquela humilhação.
Meti-me no carro e decidi regressar. O céu estava nublado e começou chover. Cheguei a casa encharcado.
- Um duche matinal para tirar os calores! – Gritou a loura, entre risadas, quando descia a rua.
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