terça-feira, 9 de setembro de 2008

A Pinadeira

Tomávamos o pequeno-almoço quando ouvimos um grito estranho grito que parecia vir do outro lado da rua. Entreolhámo-nos e prosseguimos a refeição ligeira.
- Pinadeira! – Ouvia-se – Ó pinadeira!
Preparávamo-nos para sair do apartamento quando ouvimos uma altercação no corredor de acesso aos apartamentos. Lá fora uma rapariga debatia-se com um sujeito muito irritado. Era a rapariga do apartamento do lado, havia-se alojado há poucos dias. Com um rápida intervenção separámos o sujeito e conseguimos que se fosse embora.
- É um estúpido! – Proferiu a rapariga – Pensa que vou fazer sexo com ele!
- Deve ser mesmo estúpido! – Retorquiu Américo – Porque diabo havia ele de pensar que iria pinar contigo!
- Ele sabe que eu gosto de sexo! – Respondeu já mais calma – Mas só vou com quem quero e não é por dinheiro! Não sou uma reles pinadeira!
Como tinha os artigos de praia com ela, oferecem-nos para acompanhar, não fosse o sujeito importuná-la de novo. Agradecida, fez questão em fazer companhia durante a manhã no nosso recanto afastado da praia. Contamos histórias e anedotas. Mas o ponto alto foi quando decidimos fazer jogos. “Verdade ou Consequência” o nosso jogo favorito. Com uma pequena variante: não existem verdades, apenas consequências. Durante toda a manha a rapariga foi vítima de quase todas as consequências, deixando-nos brincar com o seu corpo.
Brincámos, chapinhámos e rimo-nos na praia. Depois de alguns mergulhos sentei-me na areia de pernas flectidas, observando o horizonte. A rapariga passou à minha frente com um olhar misterioso disse:
- Não precisas exibir-te! Já disse que não fazia sexo com nenhum de vós.
Não percebi o que quereria ela dizer. Vi-a pegar nas suas coisas e afastar-se.
- Tens os tomates de fora! – Gritou ao longe.
Malditos calções! Tenho que comprar outros.

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